sexta-feira, 1 de abril de 2011

Descrição 001

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Numa sociedade globalizada, faz sentido cada vez mais tentar encontrar a identidade cultural de cada indivíduo. E que identidade é essa? Não é uma identidade passada, é uma identidade voltada para o futuro, global, nesta aldeia onde a palavra estrangeiro perdeu o significado, é uma sociedade mais informada, com mais ferramentas para comunicar e se mover, dentro e fora do seu núcleo, mas é também uma sociedade que incessantemente procura um ponto de partida.
Consideramos que o teatro tem o último reduto de contacto premente dos hábitos sociais, o contacto directo entre criadores e público, é desta forma que este projecto pessoal inicia, nesse contacto. Em outra perspectiva o marionetista pode ser o actor que a cena necessita, utilizando a palavra, a sua fisicalidade, o seu gesto, ampliado para a marioneta quando se chamam à cena símbolos, metáforas, ampliando o carácter simbólico no espectáculo.
Esta produção decorre no equilíbrio entre o que se esquece e o que se constrói enquanto sociedade.
O Espectáculo “casa dos ventos” lança questões. São colocados em evidência o espaço rural e o espaço urbano, os saberes e a descoberta, as memórias passadas e as expectativas de futuro, o passado e o presente, a desertificação e a sobrepopulação dos espaços, da solidão social aos relacionamentos interpessoais.
“casa dos ventos” é uma viagem, é uma identidade que se constrói e que se transporta, é uma construção em constante mutação com perdas e ganhos, crenças e descrenças.
Uma velha e uma criança são as personagens centrais, a partir destas figuras colocamos em evidência um conjunto de ideias e símbolos, da velha surgem as memórias, a ideia de pertença a um lugar, as tradições, o pensamento edificado em vivências sociais passadas”, a vida e a percepção da proximidade da morte, por outro lado temos a criança, com as suas expectativas, ávida de conhecimento, a ideia da procura, da sociedade global, da viagem, o pensamento em formação assente em novos acontecimentos e novas aprendizagens, a crença da invencibilidade e da possibilidade de mudar o rumo do seu percurso.
O espectáculo privilegia um contacto mais próximo com o público, antes mesmo do espectáculo dar inicio.