quarta-feira, 4 de maio de 2011

Novas notas para o espectáculo

Tem sido uma preocupação geral colocar em discussão quer o isolamento da população idosa, quer o abandono afectivo das crianças.

Numa entrevista que fiz há já dois anos, uma jovem senhora apenas velha na idade, lançava a pergunta, onde param as crianças e os velhos que não os vemos aqui na aldeia, as crianças saem de manhã e regressam já pela noite, os velhos de igual modo, vão para os centros. Já não se vê ninguém, faz-me falta o riso dos miúdos.

Aqui se levantam questões fundamentais para esta produção teatral.

Numa conjugação de ideias, surge assim a intenção das personagens principais da história, serem únicas, ou seja Alba é a unica velha do espectáculo e Maria a única criança, fazendo sentir tal facto ao longo da travessia destas personagens pela cidade que não conhece nem velhos nem crianças.
Na cidade não existem velhos, na cidade não existem crianças.

Filipa Mesquita